Empty states: interfaces cheias de oportunidades

Kakau Fonseca
UX Collective 🇧🇷
4 min readAug 15, 2018

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A cena é corriqueira: muitos emails chegando e uma dúzia de responsabilidades se acumulando. Em certo momento e após muito esforço, você zera os compromissos, sua caixa de entrada está vazia e não há nada mais lá. Exceto a tela azul, com sol e nuvem sugerindo um bom trabalho. Pois bem, é hora de falarmos das telas de Empty State.

Empty State do Inbox do Google

Empty States são telas na interface que aparecem quando o conteúdo tradicional do aplicativo não pode ser exibido. Seja por ser um primeiro contato, projetos zerados ou demonstrações de um erro, a verdade é que essas telas, de vazias, só têm o nome.

Isso porque essas pequenas partes da interface estão repletas de potencial. Seja para impulsionar o engajamento, atrair os usuários ou reter público em momentos críticos, as telas de Empty State tornaram-se ao longo dos anos uma oportunidade muito interessante de UX.

Se bem executadas, podem ser usadas ​​para transformar uma interface em uma conversa significativa com o usuário. Exatamente por isso, é hora de explorar esse universo um pouco mais e entender como uma tela de Empty State deve ser produzida. Aqui estão três passos para ajudá-lo:

1. Eduque os usuários

O primeiro objetivo de um Empty State deve ser ensinar as pessoas a utilizarem o seu produto digital.

Nesses casos, uma boa interface deve incluir uma breve explicação do conteúdo que compõe esse tópico e uma explicação de que ação ou evento deve ocorrer para que o estado mude e dados passem a existir na interface.

A informação deve ser entregue de uma forma bem didática, seja por meio de imagem ou de texto. Se puder combinar as duas opções, melhor ainda. O importante é que nenhuma informação passe batida e deixe o usuário sem saber quais serão os próximos passos.

emptystate.es

2. Agrade o público

Educar corretamente é importante, mas esse é só o início do percurso para reter o usuário final na plataforma do seu produto.

Uma boa primeira impressão não se trata apenas de usabilidade, mas também de personalidade e é aqui que precisamos fazer a diferença.

Como você se destaca da sua concorrência?

Pode não parecer muito, mas se o seu primeiro estado vazio parece um pouco diferente de produtos semelhantes, você já mostrou ao seu usuário que toda a experiência provavelmente será diferente também.

emptystate.es

Sendo assim, busque reforçar os elementos da sua marca, demonstre o lado humano do seu produto e seja criativo. Os detalhes podem influenciar o usuário ao provocar uma surpresa agradável e diferente do esperado.

3. Aja rapidamente

Depois de educar e agradar o usuário é hora de fechar o ciclo de uma boa experiência e indicar um próximo passo, ou seja, destacar uma ação a ser tomada.

Uma tela de Empty State que realmente funciona é aquela que não só fornece informações, mas que também ajuda a reter público dentro do produto.

Uma maneira eficiente de garantir que o usuário interaja, mesmo quando o produto apresenta uma tela sem dados, é orientá-lo a criar o seu próprio conteúdo.

Motive seu público a explorar o produto e descobrir o verdadeiro potencial da ferramenta. Recomende e mostre a melhor maneira de começar, forneça um botão de CTA (Call To Action) ou aponte para a ação desejada.

emptystate.es

Acima de tudo, facilite o máximo possível para o usuário.

Se começar a utilizar o produto requer que o usuário crie algo, dê a ele algum conteúdo inicial que possa ser utilizado. Acredite isso pode fazer uma enorme diferença nos primeiros passos de uma experiência.

Investindo em Empty State

A melhor parte de explorar o mundo da usabilidade é o desafio em torno disso. Empty States são também oportunidades para os designers de produto criarem momentos mais significativos para seus usuários.

Essas condições geralmente nos dão espaço para sermos criativos e ousados, como devemos ser sempre. Por isso, são tão importantes quanto os outros componentes de design, já que interfaces de usuário exigem um delicado equilíbrio de informações e ações.

Da próxima vez que você estiver criando um aplicativo, pense no Empty Space. Afinal, é só uma tela em branco ocupando espaço ou é um ponto de contato que pode ajudar a reter usuários todos os dias?

Em tempo, aproveito para agradecer imensamente a Mariana Xavier por revisar, consertar e cuidar desse texto. ❤

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